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Preocupação materna: a relação mãe e bebê

Durante o período da gestação e principalmente no final dela, a gestante e futura mamãe entra em um estado de sensibilidade exacerbada, no qual começa a se voltar quase que exclusivamente ao seu bebê, centrando quase todos os seus interesses no mesmo. De acordo com Winnicott, psicanalista, pediatra e estudioso da relação mãe bebê, a mãe entra em um estado no qual chamou de preocupação materna primária, onde há muita empatia, devoção e conexão com esse bebê que está por vir. Essa conexão começa a existir já na gestação e vai até os meses iniciais de vida do bebê. É um estado normal e esperado para quem está esperando um bebê. Nos meses iniciais da vida da criança, onde ocorre essa preocupação materna, a mãe precisa renunciar temporariamente de outras tarefas e interesses para se voltar única e exclusivamente para seu bebê, prestando os cuidados necessários a ele. Com isso, consegue se adaptar ativamente às necessidades do bebê, tanto físicas quanto emocionais. Para que a mãe consiga exercer sua função de forma tranquila e segura, precisa do suporte do meio ambiente, como do companheiro ou da companheira, de familiares e de amigos próximos. A mãe vai precisar dessa sustentação do meio para que dê a sustentação necessária ao bebê, fazendo com que ele se sinta assim seguro e protegido. O bebê precisa de um ambiente que seja suficientemente bom para poder crescer e se desenvolver de forma saudável, e o fornecimento deste ambiente, principalmente nestes momentos iniciais da vida da criança, capacitam o bebê a começar a existir, a ter experiências e a se formar como um indivíduo separado de seus pais. A preocupação materna primária é uma condição temporária da mãe, que vai se desfazendo na medida em que o bebê vai crescendo, dependendo cada vez menos dos cuidados da mesma e liberando assim a mãe. É um estado que a mãe precisa entrar, mas que também precisa sair dele aos poucos e retornar à sua vida também como mulher. A mãe suficientemente boa, para Winnicott, é aquela que entra, mas que também sai do estado de preocupação materna. O termo ambiente suficientemente bom foi criado para desfazer algumas idealizações que ainda permeiam a maternidade, liberando a mãe de ser perfeita para seu bebê e deixando ela livre para falhar de vez em quando com seu bebê, no momento em que este já se desenvolveu para conseguir lidar com as falhas maternas. 

É com prazer que fiz esta parceria com a Zia Ro Bambini, de escrever este texto para o site da marca, com a intenção de fazer as pessoas pensarem sobre importância da relação mãe bebê, dos cuidados que um bebê requer da família, bem como no constante investimento afetivo e material que os pais devem fazer nos filhos para que eles se desenvolvam de forma saudável.

Júlia Pimentel

Psicóloga Clínica

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