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Mais Amor e Compaixão

Quando meu filho Lucas nasceu, hoje com 11 anos, meu pai disse: “Ele á a prova de que o mundo está mudando”. Logo que veio para os meus braços parecia observar atentamente tudo a sua volta, seus olhinhos, para lá e para cá, demonstravam isso. Meu pai completou o raciocínio dizendo que no tempo dele os bebês levavam vários dias para abrir os olhos, ele fala com propriedade uma vez que é o mais velho de uma família de 13 irmãos.

O mundo mudou, mas algumas coisas precisamos ter sempre em mente quando ocupamos a figura de mãe ou pai: você é muito importante para seu filho, você deve ser sempre referência. Por mais evoluídas que as crianças estejam chegando a este mundo, com habilidades que muitas vezes nos impressionam, os pais são os guias, devem ser autoridades. É o princípio da ordem, que menciona o terapeuta alemão Bert Hellinger, quem vem primeiro é mais importante. O que muda em relação há tempos atrás é a tomada de consciência sobre o amor, o que deve guiar a educação é a fala amorosa no lugar da autoritária que por muito tempo norteou o sistema familiar.

Além disso, é necessário estar atento ao bem-estar materno.  É comum quando um bebê nasce que as mães esqueçam de si mesmas para centrarem-se na criança. No entanto, para educar com bases no amor, é importante que os pais respeitem-se primeiramente na sua individualidade, tenham amor próprio, saibam reconhecer os seus limites, cuidem de si mesmos. Quando as crianças percebem que a mãe se ama e se prioriza, crescem com essa referência de vida, aprendem com esse exemplo. Além disso, quando a mãe tem um tempo para cuidar dela própria, consegue estar mais inteira e mais leve no maternar. Um momento para respirar, de autocuidado, no qual ela possa entender suas angústias e ter clareza de como conciliar seus anseios de mulher e de mãe é sinônimo de saúde.

Diante disso tudo, um ingrediente muito importante é a compaixão. As mães têm se sentindo cada vez mais exigidas, tendo que dar conta delas, dos filhos, do gerenciamento da casa, do trabalho, muitas vezes sem rede de apoio… Então colocar-se no lugar de mãe na nova era, estender a mão, oferecer uma ajuda ou simplesmente compreender a realidade imperfeita, sem julgamentos e críticas certamente é um carinho para o coração. Afinal somos todos aprendizes e em expansão no aqui e agora.

Monica Fagundes

Terapeuta e Educadora