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O terceiro filho está chegando, fácil! Fácil?

“É a terceira gestação? Ah!! Então não tem mistério!” “Nem precisa de chá, já deve ter tudo dos outros.”

Quando as pessoas dizem isso para você, elas esquecem de dois elementos importantes, o primeiro é de que cada gravidez é única e o segundo elemento, que para mim tem sido o mais importante, é de que já existem dois filhos, e que eles também importam…

Lidar com a terceira gestação é acima de tudo cuidar de quem já faz parte do nosso mundo, não esquecer que eles precisam de atenção e de carinho para não se sentirem menos importantes na nossa rotina. Assim como fiz na minha segunda gestação, tenho tomado o cuidado de deixar que os guris participem de tudo que fazemos para o Luca, hoje mesmo enquanto fazia uma pausa no meu texto, o Nícolas me ajudou a separar as roupinhas do Luca que ia lavar, sempre que estou sentada ele se senta ao meu lado e beija minha barriga, faz um chamego no Luca e diz como vai ajudar e o que vai ensinar quando o maninho nascer.

Como mãe os sentimentos também são diferentes a cada gestação, nessa por exemplo, tivemos, e ainda temos, muita preocupação com a pandemia. Temos um bebê de 2 anos e meio, sim um bebê, que ainda vai precisar se acostumar com a chegada de mais um integrante à família. Um bebê que vai precisar ficar longe dos pais por pelo menos três dias, um bebê que cresceu em meio a uma pandemia e teve pouco contato social com outras crianças, apesar de ser super despojado, mas que passou todo seu tempo ao lado da mãe, viu a mãe trabalhar de casa, pois fui muito pouco para a rua… E talvez só quem tenha passado por algo parecido entenda como está o coração desta mãe “super acostumada em ter filhos”, que mesmo sabendo que terá uma rede de apoio maravilhosa da família, irá para a maternidade com o coração apertadinho por deixar seus meninos longe, confesso ainda estou estudando como fazer para leva-los na mala com a gente, mas acho que vou ter que me contentar em contar com a tecnologia mesmo e fazer muitas chamadas de vídeo para amenizar a saudade, e torcer para que assim como foi o desmame e o desfralde (assunto para o próximo texto), o Nícolas tire de letra esse novo desafio, e o Théo? Ah esse carinha tão frágil e carinhoso e ao mesmo tempo um gigante, guerreiro, protetor e parceiro do seu irmão, como sempre será incrível!

Amo ser psicopedagoga, é uma profissão incrível, me ajuda muito na jornada de ser mãe, mas a maternidade é uma “profissão” à parte, onde especialidade nenhuma substitui o cuidado e amor que sentimos e que muitas vezes substitui qualquer teoria renomada já lida e estudada.

Texto escrito por Alice Freitas- Psicopedagoga